food, art & spirits

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sábado, 4 de junho de 2011

DUAS MÃOS ESQUERDAS

Tenho poucas manias. Das confessas, uma delas é detestar biscoito (ou bolacha, dependendo da região) quebrada. E não sei quem foi o cão infiel que desenho a embalagem de biscoitos Maizena, por exemplo. As chances de abrir o pacote e não quebrar os primeiros quatro ou cinco biscoitos são infinitamente menores do que ganhar sozinho na Mega Sena e ainda por cima receber o prêmio das mãos do Brad e da Angelina. E ultimamente, ou mudaram a fórmula deste biscoito, ou ele definitivamente foi feito para quebrar. Do primeiro ao último exemplar, sobrando dois ou três inteiros para manter a regra.
 O mesmo acontece com biscoitos Waffle, poderiam vender eles já moídos, economizaríamos tempo, unhas e dentes. Poderiam colocá-los em saquinhos iguais aos de farinha, já que parece que eles foram feitos para empanar algo, e não para receber mordidas em busca de alguma relevância. Apesar de adorar o conteúdo, odeio com todas as forças algumas latas de sardinha. Um pequeno anel de metal segura a tampa. Ele deve ser torcido com delicadeza e determinação para trás, e depois com o ritmo solicitado a um joalheiro puxar o conjunto tampa/anel para que a tampa toda se rasgue ao puxarmos esta armadilha, sob o risco de 1)quebrar o anel/alavanca ou 2)cortar a mão, o dedo e manchar a roupa, pano de prato, prato, pia e o cachorro deitado na cozinha de sangue. O suco de cranberry do qual minha geladeira é dependente (não fica um dia sem) também sofre de design disfuncional. Uma tampa de plástico esconde um selo metálico que só sai com reza brava, requisitando o auxílio dos deuses da coordenação motora. Nem vou falar de alguns vidros de mostarda ou catchup pois estes foram definitivamente feitos para não funcionar. São frascos mesquinhos, não querem dividir seu conteúdo com ninguém. Isto depois de reclamar no último post sobre a troca de embalagem do Sonho de Valsa por algo até agora inexplicavelmente complicado.
Se existe um inferno para estes designers da complicação, espero que eles sejam eternamente condenados a abrir a embalagem de infinitos CDs (ainda tem gente que compra, aproveitem...) com duas mãos esquerdas, apenas para perceber que todos estes contém apenas CDs de Axé ou o último discurso do Deputado Tiririca, com apartes do Maluf.

3 comentários:

  1. Gosto bastante do seu blog, mas sempre fico ensaiando para fazer algum comentário...ehehe
    Só que hoje eu me identifiquei muito com o seu texto...rs Acho que nasci com as duas mãos esquerdas, pois tenho sérios problemas em abrir as coisas.rs Principalmente latas com esses aneis.rs
    Não posso deixar de comentar que as embalagens de camisinhas também não ajudam...ehehehe Vc se encontra naquele momento de enorme excitação, e a parada ou escorrega da sua mão, ou sai só um pedaço, não restando outra alternativa a não ser atacar aquele invólucro com os dentes ...rs
    Bom, era isso! Ta de parabéns!
    Abraços
    Vinícius

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  2. Já ia me esquecendo. Fiz o teste com o sonho de valsa e concordo plenamente com vc. Fora que durante a infância, fiz muito paraquedas com aquelas embalagens.
    Vinicius

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  3. Papai Urso do Interior9 de junho de 2011 às 07:40

    E o que dizer dos vidros grandes de azeitona verde em conserva? Um suplício em que alguem acaba sempre molhado. Depois de estragar duas camisas, aprendi a lição e só abro os mesmos munido de avental impermeável, living and learning, he he he.

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