Os dias passam, o trabalho nos impossibilita de ter os momentos prazerosos que desejamos, a intensidade dos problemas diários nos fazem esquecer da possibilidade de pequenos prazeres.
Domingo, a vontade de comer uma comida caseira normal, do dia a dia. Arroz integral, feijão com caldo espesso sem nenhum tipo de carne ou gordura animal, beterrabas assadas servidas mornas com azeite sal e pimenta do reino e mais nada, frango assado com farofa de milho verde e uma garrafa e meia de vinho rosé consumida num domingo quente e ensolarado. Antes, enquanto preparava a comida, um restinho de couscous marroquino que foi temperado com limão e azeite, misturado a endívias picadas, pimenta dedo de moça e bastante endro virou uma entradinha muito da gostosa. Palitos de pepino sem casca nem sementes espetados em um vasinho cheio de gelo picado, e ao lado uma rápida mistura de coalhada fresca com raiz forte. Pão fresco em fatias e uma mousse de queijo com pesto, e as crianças chegaram, os cachorros latiram, a música rolava, o papo tomou seu ritmo e o domingo aconteceu como deveriam acontecer todos os domingos - claros, solares, com o barulho de cães e música e crianças e taças brindando.
Aos que ainda não sabem, tenho buracos imensos em minha memória, o passado me parece uma sucessão de pequenos momentos e grandes nadas. Mas hoje à noite, enquanto bebia um café quente e forte acompanhando os muffins de maçã recém-assados, pensando no prazer que tive no domingo cheio de preciosos momentos (como meu afilhado agarrando Leopoldo e dizendo que ele era "tão fofinho"), lembrei de alguns almoços na casa de minha avó materna, com todos seus filhos (três mulheres e dois homens) e seus netos e genros e noras, com aquele quase palpável sentido de pertencimento do qual eu talvez sinta falta, e apenas recentemente fui alertado a admitir. E, entre goles largos de café , concluí que sim, de segunda a sexta, e as vezes aos sábados, tenho dias intensos, e provavelmente os terei num período ainda significativo. Mas os domingos serão de vinho, rosas e família.
Muffins de maçã e azeite
1 xícara de farinha de trigo
1/2 xícara de farinha de trigo integral
1/2 xícara de açúcar
1 colher de café de canela
1 colher de café de fermento em pó
1 pote de iogurte natural
1 ovo
1/3 de xícara de azeite de oliva virgem
1 maçã pequena sem casca cortada em cubos pequenos.
Misture os ingredientes secos, acrescente a maçã, reserve.
Bata as claras até dobrarem de volume, junte a gema, o iogurte e o azeite. Despeje sobre a mistura seca, incorpore sem mexer em excesso, e coloque em forminhas untadas com azeite e farinha de trigo. Assar no forno pré-aquecido a 180 graus por 30 minutos.
eu, mais do que nunca, quero todos os meus dias da semana bem intensos ... isto talvez seja coisa da idade ...
ResponderExcluirtô chegando lá, Paulinho...
ExcluirAlgumas memórias ficam mais saborosas qdo.associadas à comida,né? Vc citou o cuscuz marroquino e eu me lembrei imediatamente dos 6 meses em que morei em SP e ia toda semana ao Almanara do centro,ao lado do apê q dividia com amigas,só pra comer aquele cuscuz...até hj,qdo alguém fala em cuscuz marroquino,me vem à mente aqueles meses divertidos e o sabor inigualável desse prato,que ainda é um dos meus favoritos...
ResponderExcluirvindo a sp, me avise. farei um especialmente para você.
Excluirbeijos\!!
Ebaaaaa,tava mesmo esperando esse convite..já tá aceito,viu,meu top chef?
ExcluirUfa!!! até que enfim...
Excluirbeijos!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirWair:
ResponderExcluirNão me canso de amar as coisas que você escreve porque são de uma delicadeza e uma beleza inigualáveis.
Sou teu fâ confesso...rs
Beijo querido e continue inspiradíssimo a nos encantar.