food, art & spirits

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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

versatile awards

Graças ao Serginho Tavares, do ótimo blog Justo e Digno, ganhei o selinho ao lado. Já chamaram meu blog de diferente, prático, até de fofo (que eu achei muito estranho, confesso...), mas ganhar o "Versatile Awards" foi ótimo. Portanto, seguindo as regras do concurso que me elegeu, terei que sugerir 15 blogs que se encaixem no perfil, e também citar 7 coisas sobre minha pessoa.
Portanto, lá vamos
1) falo muito rápido e baixo - a maioria das pessoas não entende na primeira vez, e algumas nem na segunda.
2)adoro rhum and coke...old fashion, eu seu. Mas what the hell!
3)vivo em eterna briga com minha balança, embora disfarce muito bem nas fotos - anos de prática.
4)adoro Elis Regina. 
5)tenho uma péssima memória, o que me assusta as vezes - aliás, me assusta sempre. Mas em compensação guardo números com muita facilidade - contas bancárias, senhas, cpfs e cnpjs, números de documentos, de telefones, falou em número é comigo - exceto datas, que também não me lembro.
6)tenho pânico, pavor de dentista.
7)sou um otimista incurável com tendências à procrastinação, tentando reverter isto.
Ufa!! Quase um mea culpa... Agora, aos blogs. Estou com dificuldade de encontrar 15 que se encaixem no perfil tanto da proposta quanto de meu blog, realmente destinado ao universo culinário. Mas, vamos lá.
Muque de Peão, do ótimo Luciano Guimarães
Marta Matui (citada para ver se ela volta a blogar)
Thiago Lasco - bissexto, mas ótimo
Ponta de Punhal, da Margot
Justo e Digno, claro!
Cheguei a 11.Prefiro Top Eleven a Top Fifteen...
Abraços, e bom final de semana para todos.



sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

café com leite

Parei de tomar leite, de tanto que me disseram que depois de adulto, era bom diminuir o consumo deste. Meu breakfast hoje reduziu-se a um pedaço de fruta, uma xícara imensa de café preto e meio pão francês integral (ou um inteiro, dependendo da fome do clima) e prosaicas fatias de queijo. Muito raramente, à tarde, um café com leite pequeno para aplacar a ansiedade entre as refeições (se eu pego quem inventou o termo e/ou conceito dieta eu sou capaz de cometer um crime...). Mas do pouco que me recordo de minha infância e pré-adolescência, lembro de tomar uma espécie de "sopa" de café-com-leite onde derrubava-se pedaços de pão, geralmente em frente à TV vendo filmes de terror ou de mistério. Em priscas eras, quando visitava minha avó paterna em Catanduva (interior de São Paulo), tomava leite com Toddy em umas canecas que imitavam um barril de madeira, kitsch até toda prova, mas que eram disputadas a tapa pelos netos. Em noites de insônia precoce, uma caneca de leite morno bastante adoçado com um tiquinho de canela. Mingau e um grosso chocolate onde colocava ainda pedacinhos de chocolate em barra no fundo da xícara. No verão, chocolate batido no liquidificador, gelado, com bastante espuma. E, vez ou outra, um milk-shake caseiro intenso,  onde misturava leite, sorvete de morango e morangos em pedaços, entupindo o canudinho (naquela época não tinha variações de diâmetro para canudo, acreditam?).
Mas de vez em quando mato esta vontade/saudade de outras formas, como na sobremesa que fiz recentemente em casa - um pudim de capuccino, que nada mais é do que um pudim de leite com café. E que, apesar de simples e trivial, faz sucesso em refeições descompromissadas - como deveriam ser todas, afinal.

pudim de capuccino
(para seis a oito pessoas)

1 lata de leite condensado
2 latas (utilizar como medida) de leite integral
3 ovos
1 colher de chá cheia de café solúvel
8 colheres de açúcar refinado

fazer um caramelo seco com o açúcar - se ficar mais escuro, ficará mais amargo. quando claro, mais adocicado. "untar" uma forma de buraco no meio com este caramelo.
bater o leite com o leite condensado, as gemas e o café solúvel no liquidificador. derramar gentilmente na forma untada, e colocar para assar em banho-maria a 180º por aproximadamente 40 minutos. fazer o teste do palito para ver se está cozido, esperar esfriar para desenformar. aqui, servi com uma farofa feita de paçoca e um tico de flor de sal, para quebrar o doce. 

domingo, 6 de janeiro de 2013

For what is a man, what has he got?



Não posso dizer que fiz tudo do meu jeito - talvez pelo meu modo cordato de levar a vida. Ela já me deu muita porrada violenta, não dava para toda hora ficar batendo boca com a dita cuja - portanto era mais fácil ouvir os desaforos e seguir caminho. Mas deu mais certo do que errado - e agora, na segunda metade de minha vida (sim, os 100 anos são os novos 70 - dona Canô e Niemeyer comprovaram isto), exatamente no primeiro dia do ano de 2013, tive um longo momento de silêncio absoluto, o que provocou uma gritaria interna pedindo decisões para esta segunda metade.
Não estou querendo mais conquistar posições - estou querendo ter tempo para os pequenos prazeres.
E também para me proporcionar coisas novas, geminiano que sou - o que quer que isto signifique, pois não sou um conhecedor de astrologia.
Sempre me foi difícil acompanhar ao pé da letra um plano diretor - inclusive dentro de minha profissão, ainda mais na vida, pois  achava que a margem de erro era mais excitante do que seguir passo a passo uma receita pré-estabelecida. Mas já está na hora de aprender com alguns erros, e este - a predisposição do desacerto - terá de ser suprimida na medida do possível. 
Vou encarar alguns medos ancestrais. O primeiro - vou aprender a nadar. Ainda não sei nadar absolutamente nada, e tenho a companhia de minha querida amiga e comadre A., que está me incentivando a fazer isto junto com ela, que tem o mesmo "déficit". O receio de parecer ridículo, agarrado a uma pranchinha e sendo amparado por um professor da metade de minha idade (ou menos...)pelo menos será compartilhado - ou seja, vexame a dois é meio vexame.
Hoje soube que meu afilhado de quase cinco anos deu uma bronca severa no cachorro que comeu seu dinossauro, com momentos cômicos da melhor qualidade. Não quero mais perder muitos momentos como este.
Vou tentar tirar algumas pequenas férias sem nenhum motivo profissional, desinteressadas - faz muito muito muito tempo que isto não ocorre. 
Vou tentar beber menos. Não deve doer tanto.
Cuidar um pouquinho do corpo está na lista de ações - saúde principalmente, sou completamente desencanado (leia-se irresponsável) com isso.
Ler mais. Tenho um medo absoluto da perda da memória, e acredito piamente que ler - além de prazeiroso, diminui as chances disto acontecer.
Voltar a tocar piano está nos planos. Tocava muito bem quando  garoto, depois Eduardo me presenteou com um piano de um quarto de cauda, mas eu travei - achei que estava duro, junto à lembrança que tinha de mim mesmo. Como não pretendo dar recitais mundo afora, vou aceitar esta falta de prática como um "work in progress" eterno.
Boulangerie e patisserie estão anotados no caderninho.
Já falei beber menos?
Tirar a palavra procrastinar de meu dicionário. Ou pelo menos fazer uso comedido deste verbo.
Guardar dinheiro - deve ter um jeito de eu fazer isto. Preciso encontrar este gene no meu DNA. Não de forma avara, mas como medida profilática para o futuro. 
E no final da vida, poder cantar ao piano
"I´ve planned each charted course
Each careful step along the byway...
...The record shows, I took the blows
And did it my way."