food, art & spirits

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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

wrapped

Tenho um confesso problema com algumas embalagens. Eu adorava o bombom Sonho de Valsa, mas depois que mudaram a embalagem para uma coisa inviolável, reduzi muito o consumo desta caloria. Algumas latas de conservas - tipo tomate pelado - também foram desenhadas especificamente para cortar o dedo de quem se aventura a abri-las. E sempre tem aquele pote de geleia ou de mostarda que só abre com a ajuda de um halterofilista ou lutador de MMA.
Mas atualmente me irrito é com o excesso de embalagens ou etiquetas. Comprei um quilo de ameixas vermelhas ontem, e todas - sem excessão - vieram com uma etiqueta de código, sendo que algumas tinha duas etiquetas : uma do produtor, outra do tal código. E tirar etiquetas da pele da ameixa sem machucá-la é obra para pacientes...Ontem fui à padaria ao lado de minha Galeria, no meio da tarde, morto de fome - não havia almoçado, e foi a opção mais rápida. Pedi um pedaço de torta de frango e um suco. Chegou o prato com a torta, um envelope com a faca e o garfo, dois envelopes com guardanapos e o canudinho dentro de uma embalagem plástica. Coincidentemente, hoje não consegui sair para almoçar e pedi um prato simples e correto do América, cujo grande problema é a demora na entrega - mas a qualidade quase sempre compensa. Este prato (Texas) é composto de um hambúrguer, relish de pepino e de milho, cebolas empanadas e batatas fritas. Embalagem:
1 sacola de papel
1 saco grande de papel
1 saco plástico contendo dois potinhos plásticos de relish
1 saco plástico contendo os talheres descartáveis
1 saco plástico contendo o copo de refrigerante
1 canudinho embalado
2 embalagens contendo guardanapo
1 caixa de papelão com as batatinhas
1 caixa de papelão com as cebolas
1 caixa de papelão com o hamburguer
Ou seja - descartei 11 embalagens para comer um hamburger e uma coca-diet...
Neste excesso de cuidado com a higiene, será que não estamos exagerando nas embalagens descartadas quase sempre de forma aleatória? E quanto do custo deste excesso não é repassado para o preço final? Entendo que para uma entrega, todo cuidado é pouco - mas no balcão de uma padaria ou de um restaurante popular? Implico solenemente com os canudos embalados um a um. Até palito de dentes (que não sei porque ainda existe...)estão servindo em embalagens individuais atualmente. Comprei uma caixa de aveia recentemente, e ao abri-la surpresa: ela estava dividid em porções, cada uma delas embaladas em um saquinho de alumínio inviolável. Eu sei o tamanho de minha porção, não preciso de ninguém para me orientar nisto. Será implicância minha, estou ficando velho ou ninguém percebeu isto? A ilha de lixo composta por uma camada de 1 quilometro de extensão, no Pacífico, me incomoda demais para pensar que estou ficando paranóico...

Embalagem por embalagem, prefiro o escultor Christo, que em seus projetos já embalou a Pont Neuf, o Reichstag e outras situações de inconteste e perturbadora beleza. Eu tenho um livro dele com um pedaço do tecido com que ele embalou o edifício alemão, que, parafraseando aquele ministro cretino do passado, é um livro imexível, invendável e imprestável (quer dizer que não empresto...). 



Eu sou dado a um boicote - não abasteço meu carro nos postos da Petrobras desde a morte de Paulo Francis, que implicava categoricamente com esta estatal - chamava-a de Petrossauro - e que recebeu inúmeros processos desta empresa. Estou seriamente tentado a evitar locais com excesso de embalagem. Aguardem posts no futuro a este respeito. Isto se eu não for embalado e jogado na tal ilha pelo cartel das embalagens...Síndrome persecutória é sinal de paranóia?

9 comentários:

  1. vai entender né? eu me irrito muito qdo vou abrir meu maço de cigarros ... gasto uns 30 segundos só tirando tiras, selos e papeis ... um horror ...

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  2. Tamo junto! Evito fast food o maximo que posso, comecei a comprar de pequenos vendedores e evitar, na medida do possivel, os tais dos industrializados. As empresas do mundo estão pouco se lixando para a pegada ecologica, a eles só importam o lucro, eles não mudarão, teremos que mudar nós mesmos.
    Bjs

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  3. eu acho que o problema não são as embalagens, mas o tipo delas. esse monte de sacola plástica já tinha que ter sido banida e trocada por papel.

    quanto a guardanapos e canudos, sou a favor que venham lacrados sim e, novamente, em papel.

    quanto a fast food e refrigerante, já aboli isto faz tempo.

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  4. Só por teres citado o Paulo Francis eu já tô parceiro no boicote... hehehe! Mas é mesmo um exagero toda essa "embalação".
    O peru - por exemplo - pode vir sem nada em volta... ;)

    PS: se lançarem o Lombinho Fácil te aviso - pois sei que a gente compratilha esse "gosto" pela culinária e "as carnes"! Hehehehe!

    Bjão e bom finde!

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  5. Adorei,mas agora tenho que ir tentar abrir algo rsrsrs
    ernesto

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  6. Hahaha..... "as etiquetas das frutas", impliiiiiiiiico!
    Se fosse ao menos para atestar que o gosto é verdadeiramente o da fruta que se está comprando, mas não..... ledo engano!
    Agora tenho que lhe provocar, por ter tirado do baú uma figura que, pelo bem que fez a esta nação e à lingua portuguesa, já havia dado como morto e sepultado.
    O conteúdo da sua postagem está imexível!!!
    Bjk
    Mia

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  7. Ai, eu também tenho muitos problemas com embalagens de todo tipo - os vidros de geleia e de azeitona, então, nem te conto!
    bjs
    Leila

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  8. Wair:

    Este Fred não ecxiste, um anarquista nato...graças a Deus....kkkkkkkkkk

    Linda semana querido.

    Beijo.

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